Após 12 anos, Gerasime Bozikis, o Grego, deixou a presidência da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Nesta segunda-feira, pouco antes do início das eleições, na sede da entidade, no Rio de Janeiro, ele abriu mão da candidatura. Com isso, com Carlos Nunes, que até 2008 era seu aliado, foi eleito por 16 votos, contra 11 abstenções.
A ideia de deixar o cargo surgiu na noite de domingo, em casa, na companhia da esposa e das filhas. Mas ele só decidiu quando chegou ao plenário, após algumas conversas. Antes de começar a reunião, Grego fez um discurso de cerca de 15 minutos e foi aplaudido pelos presidentes de federações.
- Retiro minha candidatura não por medo de perder. Há um candidato que vai ganhar, então temos de apoiar. Não vou me emocionar porque aqui não se trata de ganhar ou perder. Nosso grupo trabalha junto há 15 anos. Se nos últimos 30 dias houve uma dissidência, agora eu quero uma mensagem de união – disse.
Ex-aliado, Nunes explicou o motivo que o fez disputar a presidência.
- Tínhamos algumas propostas ali dentro, mas não conseguimos executá-las. O atual modelo é muito centralista e decidimos que era hora de mudar.
Gerasime Bozikis assumiu o comando da CBB em 1997, um ano depois da última vez em que a seleção masculina foi às Olimpíadas e três anos após a última grande conquista do feminino – o Mundial de 1994, na Austrália. De lá para cá, as seleções tiveram poucos momentos de alegria – e muitos de vexame. E o ex-presidente disse que alguns de seus erros justamente nesses momentos de crise.
- Eu deveria ter sido mais ágil nas decisões após as derrotas. Nunca fui de tirar comissões técnicas, mas às vezes é preciso tomar decisões. Às vezes você faz um grande trabalho, e a bola não entra. Mas, apesar de tudo que dizem, eu dei credibilidade ao basquete brasileiro. Além disso, a bola está quicando nos 27 estados.
Para Grego, o basquete brasileiro está em boa situação. E, segundo ele, o esporte só vai crescer.
- O vetor do basquete não está para baixo. Que me perdoem as meninas, mas não foi porque tomou Viagra. Está para cima e vai subir ainda mais.
Desde março, Grego preside a Associação de Basquete Sul-Americana (Abasu), entidade filiada à Fiba Américas. Perguntado se iria assumir algum cargo na nova administração da CBB, ele desconversou alegando outros compromissos. Após ganhar de Nunes uma camisa da candidatura, porém, mostrou que não sairá de cena.
- Gente, eu não estou indo embora. Vou continuar aí com vocês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário